Presidente francês lança aliança para mobilizar US$ 1 trilhão para energia solar

Até agora, 61 países uniram-se à Aliança Solar Internacional

O presidente da França, Emmanuel Macron, abriu este ano, ao lado do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, a conferência de fundação da Aliança Solar Internacional (ISA), com o objetivo de conseguir avanços concretos no desenvolvimento desse tipo de energia entre os países-membros. As informações são da Agência EFE.

A ISA, que conta com o apoio do Banco Mundial, procurará mobilizar até US$ 1 trilhão até 2030 para projetos solares. Para isso, no entanto, Macron disse que é  necessário o apoio da iniciativa privada.

Macron fez um discurso para as delegações de 47 países que farão parte da organização e para 23 chefes de Estado presentes no evento de abertura em Nova Délhi. O objetivo da aliança é que as nações desenvolvidas transfiram tecnologia e financiem o desenvolvimento da energia solar em regiões mais pobres do mundo.

“Junto ao primeiro-ministro Modi, gostaria que todos os que tomem a palavra hoje façam anúncios concretos sobre como vão desenvolver a energia solar em seus próprios países. Estamos obsecados com resultados concretos”, enfatizou Macron.

No discurso, o presidente francês se comprometeu a destinar 600 milhões de euros para projetos por intermédio da Agência Francesa de Desenvolvimento, elevando a quantia reservada para a cooperação no órgão para 1 bilhão de euros até 2022.

Modi destacou a importância de tornar a tecnologia disponível para os países mais pobres, e afirmou que é necessário fornecer financiamento para essas nações em condições favoráveis.

O objetivo da aliança é reunir os 121 países situados entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio que tem mais de 300 dias de luz solar ao ano no projeto. Até agora, 61 países já se uniram ao bloco e 32 ratificaram o acordo, informou o primeiro-ministro da Índia.

O pedido de entrada do Brasil na ASI (MSC nº 94/2018) foi encaminhado pela Presidência da República ao Congresso Nacional no dia 26 de fevereiro deste ano e aguarda a apreciação.

A ISA foi promovida pela Índia e apoiada pela França em novembro de 2015, dentro das discussões da Cúpula do Clima de Paris (COP21), e, posteriormente, formalizada em Nova Delhi, em novembro de 2016.


A crescente preocupação com a preservação do meio ambiente e a busca pela diversificação da eletricidade, associadas ao desenvolvimento da indústria, têm impulsionado a geração de energia a partir de fontes renováveis no mundo.

O uso da energia solar, um dos principais objetivos da 21ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP21), realizada em 2015, é uma das tendências no mercado brasileiro e ganhou novo fôlego depois que o presidente da França, Emmanuel Macron, decidiu mobilizar US$ 1 trilhão para o setor até 2030, em benefício de países emergentes.

O pedido de entrada do Brasil na Aliança Solar Internacional (ASI), encaminhado pela Presidência ao Congresso Nacional no dia 26 de fevereiro, trouxe uma certa “esperança” para o setor no país, que já tem demonstrado certo crescimento.

Em janeiro deste ano, a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) anunciou que o país superou a marca recorde de 1 gigawatt de capacidade instalada em projetos de energia solar.

Segundo a entidade, este número foi alcançado por apenas 30 países no mundo e deve-se aos leilões realizados pelo governo entre os anos de 2014 e 2015.

Para o presidente da Absolar, Rodigo Sauaia, “o Brasil está mais de 15 anos atrasado no uso da energia solar fotovoltaica, mas temos condições de ficar entre os principais países do mundo nesse mercado”.

De acordo com relatório divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a expectativa para este ano é de que a produção de energia solar no Brasil dobre de número, já que, em 2018, a maioria das 67 usinas solares previstas para até 2021 entrará em operação.

fonte: EBC