Aprimoramento de políticas públicas é principal desafio para a popularização da energia solar fotovoltaica no Brasil

Para especialistas, redução de custos dos equipamentos, em razão dos avanços tecnológicos, é o maior trunfo para que a massificação da fonte ocorra no país

O aprimoramento de políticas públicas e uma definição mais clara do sistema regulatório são os principais desafios para a popularização da energia solar fotovoltaica no Brasil, avaliam especialistas. A redução de custos dos equipamentos, em razão dos avanços tecnológicos, é o maior trunfo para que a massificação da fonte ocorra no país.

“Acredito que nós precisamos de modelos adequados para atingir esse objetivo. Isso inclui modelos de negócios, com custos de uma geração compartilhada que caiba no bolso da população, modelos de financiamento adequados, com análise de riscos personalizadas, e um modelo regulatório que traga a perspectiva sócio territorial para a discussão”, afirmou o Diretor Executivo da Revolusolar, Eduardo Avila, em entrevista ao podcast Um Lugar ao Sol, realizado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Ele também destacou a importância de um tratamento específico para projetos de impacto social. “É preciso reconhecer as especificidades de uma geração compartilhada dentro de uma comunidade, onde a geração é em um telhado e o consumo em local próximo. Não dá pra ter o mesmo tratamento de fazendas solares que utilizam quilômetros de transmissão.”

No mesmo podcast, o coordenador do grupo de trabalho de geração distribuída da ABSOLAR, Guilherme Susteras, defendeu que o setor precisa de regras claras para alcançar uma maior parcela da população. Ele acredita que a modalidade geração compartilhada é a mais democrática, por permitir que qualquer pessoa na área de concessão tenha acesso à energia solar sem a necessidade de um telhado próprio.

“É preciso que todo o sistema regulatório e a política nacional sejam definidas, para acabar com a insegurança do mercado, e que, de uma vez por todas, essas regras reconheçam o poder transformador no setor da eletricidade, na economia e na sociedade”, disse Susteras.

O vice-presidente de cadeia produtiva da ABSOLAR, Nelson Falcão, entende que a energia solar vai se massificar com o tempo, em razão da rápida redução de custos da tecnologia. “Essa evolução ocorre em um ritmo que nenhuma outra fonte apresentou”, assinalou, durante o podcast.

“A mesma coisa que aconteceu com o sistema telefônico de linha fixa, que ficou obsoleto, vai ocorrer com a energia elétrica. Já está acontecendo com as classes com mais acesso e, ao longo do tempo, a fonte vai se popularizar”, apontou Falcão. 

“Hoje no Brasil, temos mais telefones celulares habilitados do que habitantes. Seguramente, com o tempo, teremos pelo menos o mesmo número de instalações solares do que de conexões ao sistema. A forma de acelerar esse processo é por meio de um marco regulatório que ajude e com a sociedade se mobilizando”, finalizou o dirigente.

fonte: Portal SolarPor Ricardo Casarin