Brasil atinge 100 MW em sistemas fotovoltaicos

A marca histórica foi de 100 MW de potência acumulada em sistemas de microgeração e minigeração

Segundo o mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o país possui 12.520 sistemas fotovoltaicos conectados à rede, equivalente a R$ 850 milhões em investimentos.

No Brasil, os sistemas de micro e minigeração de energia solar estão instalados majoritariamente em residências (80%), setor de comércios e serviços (15%), indústrias (2%), zona rural (2%) e outros. Eles convertem radiação solar diretamente em energia elétrica, sendo uma fonte renovável e limpa de energia.

O aumento de mais de 50% nas tarifas de energia elétricas nos últimos dois anos impulsionou o crescimento do uso da energia solar.

Além disso, a tecnologia fotovoltaica teve redução de 75% dos preços nos 10 últimos anos. A conscientização ecológica é outro fator para o desenvolvimento desse setor.

Setor cresceu mais de 300% se comparado ao ano passado

A geração distribuída a partir de fontes renováveis no Brasil, chamada de microgeração e minigeração distribuída, acaba de ultrapassar a marca histórica de 100 megawatts (MW) instalados. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) os sistemas solares fotovoltaicos instalados em residências, comércios, indústrias, prédios públicos e na zona rural já representam mais de 99% destas instalações de microgeração e minigeração distribuída no país.

O Brasil possui atualmente 12.520 sistemas fotovoltaicos conectados à rede, que proporcionam economia na conta de luz dos consumidores e beneficiam um total de 13.897 unidades consumidoras espalhadas pelo território nacional. Dos 100 MW instalados, 42 % são provenientes da fonte solar fotovoltaica e representam mais de R$ 850 milhões em investimentos no país.

O potencial técnico da geração distribuída solar fotovoltaica, já parcialmente mapeado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), representa mais de 164 gigawatts (GW) considerando apenas os telhados de residências. De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME) O número de novas instalações no mesmo período do ano passado era de 612 projetos, o que representa um crescimento de 300%.

Dentre as unidades consumidoras beneficiadas por sistemas solares fotovoltaicos a maior parcela é de residências, que representam 80% do total, seguida de comércios (15%), indústrias (2%), consumidores rurais (3%) e consumidores do poder público, incluindo iluminação e serviço público (1,5% no total). Já a classificação por estados ressalta que Minas Gerais lidera o ranking, com 1.888 pontos de microgeração, seguindo por São Paulo com 1.672, Rio Grande do Sul com 944 e Rio de Janeiro com 783.

ABSOLAR quer inclusão da fonte solar fotovoltaica em leilão de energia A-6 deste ano

Fonte solar fotovoltaica foi a única renovável deixada de fora do certame, previsto para dezembro de 2017

A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica solicitará ao Ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho, a inclusão da fonte solar fotovoltaica no leilão de energia A-6 previsto para dezembro de 2017. O posicionamento da entidade nacional do setor ocorre logo após a divulgação pelo Ministério de Minas e Energia da Portaria nº 293 de 2017, que estabelece as diretrizes para a realização de dois leilões de energia nova em dezembro deste ano: um leilão de tipo A-4 (entrega da energia em 2021) e outro A-6 (entrega da energia em 2023).

Conforme a portaria, a fonte solar fotovoltaica foi incluída no leilão A-4, porém não figura no leilão A-6, decisão que foi recebida com forte descontentamento pelo setor solar fotovoltaico brasileiro. Segundo a portaria do MME, o leilão A-6 contemplaria fontes hídrica, biomassa, eólica e até mesmo fontes fósseis poluentes, como termelétricas a carvão e gás natural, porém a solar fotovoltaica ficou impedida de participar do certame.

De acordo com o presidente executivo da ABSOLAR, Dr. Rodrigo Sauaia, a solar fotovoltaica foi a única fonte renovável que não apareceu no certame, tratamento desigual que fere a isonomia e traz prejuízos severos ao desenvolvimento desta fonte renovável ainda emergente no país. “Não é justo, nem isonômico, proibir a fonte solar fotovoltaica de participar do leilão A-6, ainda mais neste momento de inserção da tecnologia na matriz elétrica brasileira. A decisão também pode prejudicar os consumidores, pois a fonte possui preços cada vez mais competitivos e que estão se reduzindo rapidamente a cada ano, com uma tecnologia sólida e confiável. Deixar a solar fotovoltaica de fora de leilões de energia seria um grande retrocesso, com o qual discordamos profundamente. É preciso manter a coerência do discurso com ações práticas”, aponta Sauaia.

O executivo ressalta que, como a realização dos leilões deste ano depende da confirmação de demanda pelas distribuidoras, o A-6, com prazo mais longo, é justamente aquele com maior chance de contratar novas usinas. “Seria incompreensível impedir a fonte solar fotovoltaica de participar deste leilão, quando a fonte já foi prejudicada nesta gestão do MME pelo cancelamento de dois leilões em 2016. Por esses e outros inúmeros motivos, solicitaremos ao Ministro Fernando Coelho que avalie a questão e permita que a solar fotovoltaica faça parte do leilão A-6. Queremos contribuir para o desenvolvimento do país através da geração de energia renovável, limpa, sem emissões de gases de efeito estufa e com preços cada vez menores”, reforça Sauaia.