A energia solar segue em expansão no Brasil, trazendo mais geração de energia limpa e renovável, e ajudando a complementar a matriz elétrica brasileira. O investimento em energia solar bateu recorde no ano passado: 18% a mais do que no ano anterior e recebeu mais investimentos do que outro tipo de fonte energética, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Foram mais de US$ 160,8 bilhões de recursos, segundo o relatório da organização, publicado em abril deste ano.
O Brasil é um dos países que têm uma incidência solar de 5,4 quilowatt-hora/metro quadrado – mais do que Estados Unidos, China e Alemanha, por exemplo. No entanto, em termos de capacidade instalada de geração fotovoltaica, o Brasil tem apenas um gigawatts. A China, por exemplo, tem 130 gigawatts. O cenário parece estar se revertendo. Em 2016, o número de microgeradores de energia solar cresceu 407% em relação ao ano anterior, segundo dados da Aneel. A expansão acentuada aconteceu principalmente em residências (80%). Para 2024, o órgão estipula que serão 886,7 mil unidades consumidoras que receberão créditos dessa energia, totalizando uma potência instalada de aproximadamente 3,2 GW.
Expansão da energia solar
O crescimento é impulsionado por dois fatores principais: a redução de 75% no preço da energia solar fotovoltaica nos últimos 10 anos e o forte aumento do preço da energia elétrica dos consumidores, que desde 2012 acumula uma alta de 499%, segundo dados do Ministério de Minas e Energia.
Não por acaso, diversas companhias do setor estão investindo na área. Um desses exemplos é a Susten Energy, uma empresa americana, especializada em design, fabricação, instalação, operação de projetos, geração e conservação de energias renováveis que promoveu um “Wokshop Empresarial sobre Energia Solar” na última quinta-feira (28), em Petrópolis.
O evento teve o objetivo de informar sobre o cenário mundial do uso da energia solar. Além de apresentar projetos de financiamentos para geração de energia solar para consumo próprio.
– O mercado de geração distribuída de energia solar foi regulamentado no Brasil em 2012. Nos últimos dois anos a quantidade de geradores de energia solar triplicou. A expectativa é que o mercado brasileiro cresça exponencialmente no setor, em virtude da redução dos custos dos equipamentos e aumento constante do preço da energia elétrica. Isso irá possibilitar reduzir de forma significativa as despesas com a conta de luz – explicou Leandro Pena-Salvatico, engenheiro especializado em Geração, Conservação e Armazenamento de Energia.
O especialista explica que no Brasil, a maior parte das instalações é em residências, mas que com as facilidades de financiamentos previstas no mercado, as pequenas indústrias e o comércio de uma forma geral vão passar a aderir e se beneficiar da energia solar.
Financiamento para equipamentos
Na última semana, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou mudanças no Programa Fundo Clima, permitindo que pessoas físicas tenham acesso a financiamentos para a instalação de sistemas de geração solar fotovoltaica. As novas condições de financiamento estão entre as mais competitivas do mercado para projetos de energia solar fotovoltaica. O banco confirmou financiamentos de até 80% dos sistemas solares fotovoltaicos com equipamentos novos produzidos no Brasil, com taxas de juros entre 4,03% e 4,55% ao ano, prazo de amortização de até 12 anos e carência de até 2 anos.
Hoje os custos dos painéis fotovoltaicos, que transformam a luz do sol em eletricidade, apresentam preços bastante competitivos.
Para Leandro Pena-Salvatico, o investimento em um projeto de energia solar pago à vista se recupera em 4 a 6 anos. Há também opções que dispensam ou reduzem o investimento inicial, como o financiamento bancário e o leasing de longo prazo.
Isenção de imposto
Hoje, o estado que lidera a corrida solar no Brasil é Minas Gerais, com 5 000 sistemas instalados. Não é à toa. O estado foi o primeiro a isentar a cobrança de 30% de imposto sobre circulação de mercadorias e serviços que incidia sobre a troca de energia entre consumidores e concessionária.
Geração de empregos
Segundo dados da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), o setor de energia renovável criou mais de 500.000 novos empregos em todo o mundo em 2017, um aumento de 5,3% em relação a 2016.
Para Irena, o setor de energia solar fotovoltaica continua sendo o maior empregador entre todas as tecnologias de energia renovável e responde por aproximadamente 3,4 milhões de empregos, quase 9% a partir do ano de 2016, depois de atingir um recorde de 94 GW de instalações em 2017.
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