Esta semana (no dia 06 de agosto de 2018) fomos pegos de surpresa com uma chuva de granizo atípica para o mês de agosto. A chuva fez um estrago em algumas regiões de Belo Horizonte, Contagem, Betim e Nova Lima.

De acordo com a Defesa Civil de BH, a chuva na região da Pampulha chegou a 20mm sendo que a média histórica para o mês é de 14,8mm. Segundo o meteorologista Ruibran dos Reis, do ClimaTempo, em entrevista ao jornal Estado de Minas, essas chuvas costumam ocorrer no mês de outubro no período da tarde, o que pode apontar para um cenário de mudanças climáticas.
Mudança climática é um assunto polêmico e recorrente. Devido a esta mudança, enfrentamos chuvas torrenciais ou secas extremas em locais onde isso não é comum. Chuvas de granizo, por exemplo, afetam cada vez mais as grandes cidades com estragos ainda maiores.
Mas como as chuvas de granizo podem afetar o sistema de energia solar fotovoltaica?
Essa é uma pergunta que vários dos nossos clientes fazem. Todos ficam preocupados com o comprometimento do investimento no sistema fotovoltaico. Mas não só eles pensam nisso! Pesquisadores do setor e fabricantes de módulos fotovoltaicos do mundo todo também estão preocupados com as chuvas de granizo.
Esta pauta foi levantada no Laboratório Nacional de Energia Renovável dos EUA (NREL). Na verdade, não faz muito tempo, que o principal campus NREL analisou um sistema fotovoltaico atingido por uma forte chuva de granizo.
Em Janeiro de 2018, mais de 3.000 painéis fotovoltaicos instalados no telhado de um edifício em Denver – Colorado foram atingidos, mas apenas um, isso mesmo! Um painel foi quebrado durante essa tempestade.
Para se ter uma ideia da intensidade da tempestade, a chuva de granizo deixou janelas de carros quebrados, veículos e telhados amassados ao redor da área de Denver.
O único painel quebrado parecia ter sido atingido simultaneamente com várias pedras grandes de granizo em um local muito concentrado, levando à microfissuração do vidro da superfície.
Os testes de resistência a granizo dos painéis fotovoltaicos
Os fabricantes de painéis solares testam seus produtos para garantir que sejam capazes de resistir à chuva de granizo. O equipamento de teste é um lançador capaz de impulsionar várias bolas de gelo de diferentes pesos. As velocidades das pedras também são diferentes de modo a atingir o painel solar em 11 locais específicos de impacto.
O maior granizo lançado no teste é de 75mm de diâmetro, com um peso aproximado de 200g, que é atirado a uma velocidade de 145km/h. Mesmo com toda essa força empregada, o vidro do painel solar deve resistir ao impacto.
Alguns fabricantes disponibilizam vídeos destes testes na internet, como por exemplo a Solar World. Este fabricante internacional de módulos fotovoltaicos leva seus equipamentos ao extremo em relação a resistência.
Nós mostramos esse vídeo para os nossos clientes quando eles têm dúvidas em relação a resistência ao granizo… e sempre a dúvida é sanada. Mais do que isso, nossos clientes se surpreendem com o teste final do fabricante. Acompanhe o vídeo a seguir e tire suas próprias conclusões:
-Ok! Vi que é resistente, mas e a chuva de Belo Horizonte? Quebrou as placas solares?
Para falar a verdade, a chuva de granizo dessa semana foi assustadora. Muitas casas foram destelhadas, árvores ficaram sem folhas e inúmeras placas solares foram quebradas! Mas calma… eu disse placa solar e não painel solar.
-E existe diferença entre placa e painel solar?
(Você deve estar se perguntando e eu vou te explicar!)
A resposta é sim! Existe diferença entre placa e painel solar!
As placas solares, também conhecidas como coletores ou aquecedores solares, são utilizadas para esquentar água do banho. Já os painéis, ou módulos fotovoltaicos, geram energia por meio da luz solar.
Conceitualmente falando, as duas tecnologias são completamente diferentes, bem como os materiais utilizados.
Os painéis fotovoltaicos são mais robustos, pois utilizam vidros temperados de alta resistência. Já os coletores, em sua grande maioria, utilizam vidros convencionais que são menos resistentes. Estes vidros deixam as placas de aquecimento mais vulneráveis ao granizo.
O fato é que a duas tecnologias trazem economia financeira para o usuário. A economia que o aquecedor traz está limitada ao consumo energético do chuveiro elétrico, por exemplo. Já a economia que o sistema fotovoltaico traz é muito maior!
Com a energia fotovoltaica o usuário passa a produzir sua própria energia para abater em sua conta de luz. (inclusive em imóveis antigos como já noticiado no nosso blog).
Caso essa energia produzida seja superior que a consumida, o usuário acumula créditos que podem ser utilizados nos 60 meses subsequentes. Os créditos de energia também podem ser utilizados para abater outras faturas, desde que estas estejam na mesma titularidade e concessionária da fatura do gerador de energia.
Em resumo, o sistema fotovoltaico pode trazer economia financeira de até 90% para cada conta de luz do usuário. Já o aquecedor, pode trazer uma economia de cerca de 40% para uma residência, pois está limitado ao consumo elétrico do equipamento que irá aquecer a água.
Caso real para comparação
Vamos falar sobre um caso real que aconteceu esta semana na minha própria residência. Depois da chuva de pedras de gelo do tamanho de uma bola de bilhar, fui verificar o resultado na manhã seguinte.

A conclusão foi que os módulos fotovoltaicos resistiram e continuaram intactos!
A produção de energia não foi afetada em nada, mas já os aquecedores… Todos estavam com os vidros de cobertura completamente quebrados. Com estes danos, minha casa está sem água aquecida pelo Sol. A solução é utilizar o chuveiro elétrico até que o aquecedor solar seja reparado.

-Eu consigo reparar um aquecedor solar?
Apesar de possuir vidros menos resistentes, um ponto positivo dos coletores solares é que eles podem ser facilmente reparados. Esta semana nossa equipe foi acionada várias vezes para prestar este tipo de serviço.
O reparo do aquecedor solar é bem rápido e nossa equipe também confere a vedação e pintura dos coletores. Estes pontos são importantes para o correto aquecimento da água.
Contudo, os painéis fotovoltaicos não recebem reparos. Se ocorrer algum dano ao vidro de cobertura, todo o painel deve ser trocado, pois a célula fotovoltaica será comprometida.
O importante disso tudo é que mesmo com a chuva de granizo não tivemos nenhuma ocorrência de sistemas fotovoltaicos danificados, tendo em vista a resistência dos painéis.
Isto demonstra a grande confiabilidade do sistema solar fotovoltaico, que mesmo em situações adversas causadas pelas mudanças climáticas, continuam com uma ótima performance.
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