Energia solar gera economia e ajuda o planeta

Investimento se paga em média após três anos e há financiamento disponível para algumas empresas

O empresário Wanderson Martins estava insatisfeito com o aumento no valor da conta de energia elétrica de sua loja. Um custo fixo que subia a cada mês. Após fazer uma pesquisa no mercado e se planejar financeiramente, decidiu que era hora de investir na energia fotovoltaica. Isso foi há pouco mais de três meses. E o resultado já é real. A conta de energia de fevereiro foi de R$ 341, 60. A de maio R$ 57,61.

“E este é o valor de uma taxa fixa que temos. Hoje já produzimos energia suficiente para nosso consumo e temos excedente. O resultado foi tão bom que a instalação na minha casa já está sendo feita também”, afirmou ele que comentou que chegava a abrir mão de alguns confortos na loja para economizar na energia e agora terá como investir mais.

O empresário e engenheiro Breno Assis acompanhou o Diário e Uberlândia em visita à loja de Martins, no bairro Brasil e explicou à reportagem detalhes do projeto. “A instalação nesta área, que é de 300 metros quadrados, foi feita em pouco mais de 20 dias e utilizamos 10 placas fotovoltaicas e há espaço para uma expansão”, disse Assis, que desde agosto do ano passado abriu a própria empresa de instalação de módulos fotovoltaicos, a Solar Energia. “Eu e meu sócio viemos de outras empresas do ramo e percebemos a necessidade da expansão”.

Para ele, a tendência é que a energia solar seja cada vez mais acessível para mais pessoas. “É um investimento que se paga em média em três anos e já existem financiamentos para empresas voltados para esta atividade. Em países como a China, por exemplo, já não são aceitos mais projetos que não contemplem energia solar ou tomadas elétricas”, explicou.

O cliente acompanha toda sua produção de energia por meio de um aplicativo. Assis mostra o disjuntor da loja que é bidirecional e registra a energia consumida e injetada na rede. O que sobra é lançado como excedente na conta. Neste mês, por exemplo, a loja que visitamos injetou mais energia do que consumiu e no dia da entrevista possuía um crédito de 103 KW/h.

RECONHECIMENTO

Uberlândia é a primeira cidade do Brasil em geração de energia fotovoltaica, segundo atualização de maio do ranking da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A cidade está à frente de cinco capitais: Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE) e Cuiabá (MT).

Conforme o relatório, o município registrou em torno de 12,5 megawatts (MW) de potência, o equivalente a quase 2% do que é produzido pelo setor no país e cerca de 8,5% do que é originado em Minas Gerais, também o estado com melhor resultado no ranking, com 151 MW instalados.

O ranking da Absolar considera a geração de energia solar por micro e minigeração distribuída. Conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a microgeração distribuída corresponde à central geradora de energia elétrica, com potência instalada menor ou igual a 75 quilowatts (kW), conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras. Já a minigeração distribuída diz respeito a unidades com potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 5 MW. No Brasil, a potência desses dois tipos de centrais já soma 735,5 MW.

ECONOMIA

Ainda de acordo com os dados da Aneel, em Uberlândia, os cerca de 12,5 MW de potência instalada estavam presentes, até 3 de maio, em 879 unidades geradoras e outros 1.109 consumidores eram beneficiados pela transferência de crédito da energia produzida. Os consumidores industriais são os principais usuários da fonte fotovoltaica, seguidos pelos do comércio e das residências.

“A energia fotovoltaica é viável para o grande e para o pequeno por isso é importante as pessoas pelo menos se informarem sobre o processo. Por meio do compartilhamento de energia é possível instalar os módulos na empresa e enviar energia para a residência, desde que esteja na mesma área da concessionária, no caso de Uberlândia, da Cemig”, explica o engenheiro Breno Assis.

Ele comenta ainda que a economia registrada na loja de Martins, onde a energia elétrica não é matéria prima para produção, pode ser mais significativa para outros segmentos, como de panificadoras, por exemplo, que têm contas de energia elétrica que podem chegar a R$ 6 mil mensais.

fonte: Diário de Uberlândia