Energia solar se torna a segunda principal fonte do mundo

No Brasil, oferta dobrou em três anos e projeção espera que movimento se repita em outros quatro

Neste mês de maio, a energia solar fotovoltaica se tornou a segunda fonte de energia mais utilizada do mundo, atrás apenas da hidroeletricidade.

O resultado é fruto de um crescimento acelerado: nos últimos três anos, a capacidade mundial dobrou, segundo dados do relatório “Global Market Outlook for Solar Power 2022-2026”, produzido pela SolarPower Europe, associação europeia do setor solar.

O ritmo deve se manter acelerado. A capacidade instalada chegou a um terawatt, e a projeção é de que esse número volte a dobrar nos próximos quatro anos. Esse novo patamar representaria mais que a soma de consumo de Alemanha e França, as duas maiores economias europeias.

No Brasil, o cenário é diferente: embora siga em crescimento acelerado, a fonte solar é apenas a quinta da matriz energética e a terceira entre as renováveis, com 2,8% de participação, de acordo com dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Presidente do conselho da Absolar, Ronaldo Koloszuk explica que a energia solar é a mais barata das fontes e pode ser implementada mais rapidamente que as demais. O que falta, para ele, é que a fonte seja priorizada nos leilões de energia elétrica promovidos pela Aneel.

“A energia solar custa 10 vezes menos que as térmicas e vem crescendo de maneira exponencial. Em pouco tempo ultrapassaremos a biomassa e, em menos de cinco anos, a energia solar será a segunda da matriz energética brasileira. E a Bloomberg projeta que, em 20 anos, seremos a primeira. É a fonte que cresce mais rapidamente no mundo”, explica.

Esses números, no entanto, não levam em conta a geração própria de energia solar em telhados e pequenos terrenos espalhados pelo país, que atingiu, em maio, um milhão de sistemas instalados, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Para Koloszuk, o primeiro milhão de sistemas instalados precisa ser comemorado, mas é um número ainda tímido para as dimensões do setor energético no país, 13º maior produtor solar do mundo. A China lidera o ranking.

“É muito comum que tenhamos o sistema instalado em um ou dois dias nos telhados, mas frequentemente as distribuidoras demoram de três a quatro meses para ligá-los às redes. É um problema generalizado. Seria muito importante que a Aneel tomasse providências e fizesse cumprir a lei, para que esses sistemas possam logo produzir energia limpa. Todos seriam beneficiados com isso”, conclui.

fonte: CNN Brasil