Geração de energia compartilhada permite mais controle de gastos e gera economia ao consumidor

Em uma crescente constante, cada vez mais brasileiros estão descobrindo a energia solar fotovoltaica como uma fonte alternativa e mais econômica, que permite controlar o consumo e colaborar com o meio ambiente fazendo uso da energia limpa. Nos últimos anos, a oferta de modalidades, os incentivos e linhas de financiamento, assim como a queda de preços dos sistemas, acelerou o número de instalações de tal forma que fez com que o Brasil ganhasse destaque no cenário internacional.

No início deste ano, o país ultrapassou a marca de 500 mil unidades consumidoras com geração distribuída solar fotovoltaica. O número recorde é um marco para o Brasil. Os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 73,6% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (16,6%), consumidores rurais (7,0%), indústrias (2,4%). A tecnologia solar fotovoltaica já está presente em mais de 5 mil municípios e em todos os estados brasileiros.

Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), desde 2012, a geração distribuída a partir da fonte solar já representa mais de 4,6 gigawatts de potência instalada, sendo responsável pela atração de mais de R$ 23 bilhões em novos investimentos ao Brasil, e gerando mais de 140 mil empregos acumulados no período.

Para Robert Fischer, sócio-proprietário da Topsun Energia Solar, a energia fotovoltaica distribuída pode ser um grande diferencial para residências e empresas de todos os portes. Segundo ele, a produção da própria eletricidade é uma forma de controlar e reduzir custos, além de alinhar o negócio com boas práticas ambientais.

Com a crescente busca por esse tipo de energia no país, o governo passou a regular o mercado e a forma como ela é distribuída e consumida. Entenda como funciona:

Geração de energia solar distribuída

geração distribuída é o termo dado à energia elétrica gerada no local de consumo ou próximo a ele, sendo válida para diversas fontes de energia renováveis, inclusive a energia solar. Um marco importante para o incremento da utilização de sistemas solares de geração distribuída foi a Resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) 482/2012, que instituiu diversos incentivos para a modalidade, como por exemplo, a compensação de energia, com a criação da figura do produtor-consumidor, no chamado sistema net meetering.

A principal característica desse sistema é a possibilidade de se injetar na rede elétrica a energia produzida pelos painéis fotovoltaicos não consumida, convertê-la em créditos para a compensação posterior, quando o consumo supera a produção dos painéis.

Em 2015, a Aneel criou a Geração Compartilhada de energia, uma das modalidades da Geração Distribuída, para regulamentar o compartilhamento de energia de microgeração ou minigeração entre um grupo de pessoas (Físicas ou Jurídicas), em locais atendidos pela mesma rede distribuidora.

Essa resolução de 2015 garantiu a elevação do limite da potência instalada de 1 MW para 5 MW, o aumento do prazo de validade dos créditos de geração para até 5 anos e a possibilidade do autoconsumo remoto, além da simplificação do processo de registro do produtor de energia solar junto à concessionária local.

Geração e consumo no mesmo local

Entre as principais vantagens da geração de energia distribuída compartilhada está a redução de investimentos em transmissão e a diminuição das perdas energéticas, uma vez que a energia é consumida no local onde é gerada ou próxima à unidade de consumo. Com esse modelo, o consumidor não tem surpresas no valor gasto pelo consumo, pois seus equipamentos têm alta durabilidade e são ainda mais econômicos.

A geração compartilhada também viabiliza um sistema de créditos energéticos com a concessionária local, ou seja, existe uma relação consumidor-empresa que contribui para que os custos com materiais e mão de obra sejam compartilhados. Dessa forma, através do compartilhamento, haverá menos despesas na distribuição para cada consumidor.

Centrais de produção

Na geração centralizada, a energia é produzida em grandes centrais de produção de energia elétrica, geralmente em localidades muito distantes do consumo. As instalações, também chamadas de fazendas solares, dispõem de diversos painéis interconectados, que podem ser equipados com rastreadores a fim de acompanhar o percurso solar durante o dia, e assim propiciar um melhor aproveitamento da radiação solar.

Apesar da grande capacidade de produzir eletricidade, estas usinas localizam-se muito longe dos grandes centros de consumo, exigindo, assim, linhas de transmissão maiores, o que encarece o custo da energia elétrica que chega até o consumidor.

Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os leilões de energia promovidos pelo poder concedente a partir de 2014 têm sido o maior incentivo à geração centralizada e à inserção da fonte solar na matriz elétrica brasileira. Esse incentivo ocorre por meio de contratos de compra e venda de energia de longo prazo, que estimulam empreendedores a desenvolverem projetos. Pelo lado da oferta tecnológica, a contratação centralizada por leilões garante aos fornecedores de equipamentos a previsibilidade de suas encomendas.

fonte: G1