Huawei aposta em baterias combinadas com sistemas de energia solar

Bateria Luna 2000, prevista para ser lançada este mês aos clientes residenciais, terá design modular e capacidade de até 30 kwh

A gigante chinesa Huawei, que tem 30% do mercado de energia solar no Brasil, vai apostar no lançamento de baterias elétricas que podem ser associadas com sistemas de geração fotovoltaica. Para a companhia, o país é um mercado com grande potencial para crescimento da energia solar.

A bateria Luna 2000, prevista para ser lançada este mês, é voltada a clientes residenciais, e terá design modular e capacidade de até 30 kwh, com módulos de 5 kwh cada. A empresa pretende importar o equipamento composto de fosfato de ferro-lítio, usados geralmente em veículos elétricos.

“Já no primeiro semestre de 2021, a Huawei quer lançar no país baterias para aplicações comerciais, incluindo em grandes usinas de geração centralizada”, destacou a diretora de Digital Energy Business da Huawei do Brasil, Quanling Wang.

No momento a empresa está avaliando com clientes e parceiros no Brasil para entender as alternativas mais vantajosas de uso de baterias e como se dará a regulamentação do uso desses equipamentos.

Em setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) abriu um processo de discussão pública sobre como ajustar a regulação para permitir a inserção de tecnologias de armazenamento de energia.

“O lançamento é global, mas na China já fizemos alguns projetos piloto, e depois no Brasil vamos fazer alguns pilotos também. Já estamos conversando com uma universidade para fazer um laboratório de pesquisa e desenvolvimento (P&D) incluindo bateria, um P&D para energia solar no Brasil, mas o acordo ainda não está fechado”, disse Wang, acrescentando que, por ser referência em aplicações de armazenamento de energia em sua atuação no setor de telecomunicações, a Huawei decidiu partir para a fabricação de suas próprias baterias após acumular muitas experiências.

Essas soluções, explica Wang, poderiam suprir o fornecimento de energia em regiões remotas que não fazem parte do sistema elétrico interligado, como a Amazônia, onde muitas vezes a energia é gerada por usinas térmicas caras e poluentes.

“Esse setor ainda é muito pequeno em relação ao mercado total, representando menos de 2% da matriz energética nacional. Essa maneira, a indústria solar tem realmente um futuro muito brilhante no Brasil. E além disso o Brasil tem um recurso muito bom em comparação com qualquer país do mundo, de sol, de irradiação”, disse a diretora de Digital Energy Business da Huawei do Brasil, Quanling Wang.

Em apenas três anos desde que começou o negócio de solar no Brasil a Huawei já se tornou líder de mercado, com usinas solares em operação ou em construção com inversores solares que somam cerca de 2 gigawatts em potência.

A empresa vai continuar fornecendo módulos e outras soluções como tecnologias que usam inteligência artificial (IA) para melhorar o desempenho dos ativos solares. Inclusive, implementou recentemente um projeto solar da geradora Rio Alto, em Coremas, no sertão da Paraíba, uma solução que promete aumentar a geração e tornar mais efetivas e inteligentes as atividades de operação e manutenção com o uso de algoritmos e modelos matemáticos baseados em IA. “Temos o objetivo de levar a digitalização para todas usinas solares”, disse Wang.

A Huawei é mais conhecida por equipamentos de telecomunicações e sua tecnologia 5G. Seu progresso no setor solar no Brasil acontece enquanto o presidente Jair Bolsonaro sinaliza que poderá impor restrições no leilão de tecnologia 5G do país, previsto para 2021. No entanto, empresas brasileiras de telecomunicações dizem ter interesse em manter no páreo os chineses, que têm maior produção e preço mais baixo.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump quer que a Huawei seja vetada na concorrência, argumentando que a próxima geração de redes 5G poderia ser utilizada para espionar no Ocidente. A China e a empresa rejeitam veementemente as acusações.

fonte: Portal Solar