Shell registra novos projetos de geração de energia solar

Usinas serão instaladas no município de Várzea da Palma, em Minas Gerais

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acaba de receber o registro de dez novos projetos de geração de energia fotovoltaica por parte da Shell. As usinas serão instaladas no município de Várzea da Palma, em Minas Gerais. Desta maneira, a empresa consolida o estado de Minas Gerais como o centro estratégico da produção de energia fotovoltaica. Cada projeto tem potência instalada variando de 46 MW até 49 MW, e as dez usinas somam 467 MW, registradas como produção independente.

Segundo Gabriela Oliveira, gerente de Novas Energias da empresa, a empresa, no Brasil, está focada no segmento de energia solar, até pelo fato de a eólica já ter sido bem desenvolvida. “O segmento de energia solar está mais iniciante em termos de entrada de novos players”, afirmou a executiva, acrescentando que, nos últimos dois anos, estavam focados mais fortemente em desenvolver o portfólio. “Agora, vamos começar a retomar as conversas com clientes, já com produtos para oferecer, uma vez que alguns de nossos projetos, principalmente o de Minas Gerais, estão em nível de desenvolvimento bem avançado.”

Todo esse movimento da companhia foi iniciando em abril deste ano, quando a empresa anunciou o registro de usinas fotovoltaicas, com 50 MW cada, em Brasilândia de Minas, que fica a 500 quilômetros de Belo Horizonte, batizadas de Aquarii I, II e III. As três usinas deverão ter um total de capacidade instalada de 130 megawatts.

Apesar de todo esse processo, na época, ainda não havia sido divulgado o ritmo de construção do empreendimento. Porém, a companhia já pode inscrever os projetos em leilões realizados pelo governo para contratar novas usinas de geração, ou mesmo buscar a viabilização do investimento por meio de contratos de venda da produção futura no mercado livre de eletricidade.

Em setembro de 2019, governo de Minas Gerais simplificou o licenciamento ambiental para a geração de energia solar fotovoltaica, o que ajudou na decisão de a empresa fazer esses empreendimentos no estado. E em agosto do ano passado, a gerente de Novas Energias da empresa, Gabriela Oliveira, afirmou durante a série Diálogos da Transição que a companhia busca consumidores livres para o desenvolvimento de projetos de energia fotovoltaica no Brasil.

Globalmente, a Shell tem investido quase U$ 3 bilhões anuais em “novas energias”, ante uma meta inicial de entre U$1 bilhão e U$ 2 bilhões, exemplificando aportes feitos pela Shell em empresas de painéis solares e geração de energia eólica offshore, em alto mar.

Além da Shell, outras petroleiras, como a norueguesa Equinor e a francesa Total, já investiram recentemente na aquisição de projetos de geração renovável no Brasil. Mas para fazer frente a esse novo segmento de atuação, a Shell criou uma equipe totalmente focada para o setor solar.

Mas não só na tecnologia solar a Shell está interessada. O grupo já avalia maneiras de participar de outros projetos em renováveis. A companhia apresentou em Londres uma estratégia para reduzir emissões líquidas de gases do efeito estufa a zero até 2050. “A atual crise nos mercados de petróleo não irá atrapalhar o cumprimento dessas metas no longo prazo”, afirmou Ben van Beurden, presidente da companhia.

fonte: Portal Solar