UEL usa algoritmos de I.A. em usina fotovoltaica

O objetivo é programar uma máquina para coletar informações da Usina Fotovoltaica do Campus Universitário, para auxiliar no gerenciamento da produção energética do empreendimento.

Na Universidade Estadual de Londrina (UEL) os professores Bruno Bogaz Zarpelão e Sylvio Barbon Junior, ambos do Departamento de Computação do Centro de Ciências Exatas, lideram o projeto de Inteligência Artificial (IA), na perspectiva da sustentabilidade e da inovação tecnológica.

O objetivo é programar uma máquina para coletar informações da Usina Fotovoltaica do Câmpus Universitário, para auxiliar no gerenciamento da produção energética do empreendimento.

Usados há décadas no campo da Computação, os sistemas algorítmicos estão assumindo crescente importância em vários aspectos da sociedade, impactando o dia a dia das pessoas. “Um algoritmo de inteligência artificial é um conjunto de instruções que permite que a máquina aprenda a resolver determinado problema ou a executar uma tarefa”, define o professor Bruno.

Ele explica que, a cada 15 minutos, um sistema coleta dados sobre a operação da usina e armazena em um banco. O cruzamento com outros parâmetros, como condições meteorológicas, níveis de radiação solar, temperatura ambiente, período do ano, entre outros, possibilita prever a capacidade de geração de energia, por exemplo, para 15 minutos ou para 24 horas e até mesmo uma semana.

“Essa predição é importante porque a energia solar, naturalmente, depende do comportamento do sol. Por isso, a usina acaba sendo muito afetada por dias com mais nebulosidade, até por sombras”, diz Bruno, destacando que predição permite planejar a distribuição da produção energética da usina fotovoltaica.

Além disso, os algoritmos de IA também podem diagnosticar comportamentos anormais. “Quando a gente tem um comportamento real se desviando da predição, a inteligência artificial vai poder comparar os dois automaticamente e nos alertar que alguma coisa está errada, já que a energia gerada está diferente”, exemplifica o professor.  Ele comenta que, dependendo do sistema treinado, o próprio recurso de IA pode encontrar o problema que conduz ao desvio de comportamento.

Para o professor Bruno, o uso da IA tende a se intensificar cada vez mais, visto que o processo de automação ocorre em variados segmentos econômicos e sociais. “O ser humano ainda é peça fundamental em todo esse processo. Muitos consideram a inteligência artificial como um substituto e eu diria que a inteligência artificial é um grande suporte. O conhecimento, a criatividade e até a capacidade de improviso do ser humano são fundamentais. E o agente humano é central em todos os processos de tomada de decisão”, afirma.

O projeto de pesquisa tem a participação de estudantes do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica.

Vinculado ao Centro de Tecnologia e Urbanismo da UEL, o programa de pós-graduação é desenvolvido em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) – Câmpus Cornélio Procópio. A pesquisa conta com o apoio de pesquisadores da Itália e do Reino Unido, evidenciando a internacionalização da UEL.

Éverton Santana, estudante do Curso de Mestrado em Computação, destaca o conhecimento teórico aplicado a uma situação real. “A pesquisa também faz com que busquemos nos atualizar em relação ao que tem de mais novo na literatura, pois é uma área em constante evolução”, salienta. Já o estudante do curso de Doutorado em Engenharia Elétrica, Ricardo Petri, ressalta a importância da sustentabilidade. “Nosso objetivo consiste em disponibilizar o sistema para uma maior capacidade de gerenciamento dos recursos providos pela usina, bem como para a diminuição de custos relacionados ao consumo de energia elétrica”.

Em funcionamento desde novembro do ano passado, a Usina Fotovoltaica da UEL é considerada a primeira da região de Londrina, no Norte paranaense.

fonte: Agência de Noticias do Paraná