Usina solar é solução para geração de energia elétrica

Com vida útil superior a 25 anos, sistemas que utilizam raios solares para produção necessitam de baixa manutenção

O desenvolvimento econômico é naturalmente acompanhado do aumento da necessidade de oferta de serviços básicos. A demanda pelo fornecimento de energia elétrica, por exemplo, cresce para que seja possível o desenvolvimento de indústrias e cidades. Na atualidade, no entanto, exigências de práticas sustentáveis que estejam alinhadas com políticas públicas internacionais de proteção ao meio ambiente estimulam o governo a investir na geração a partir de fontes limpas e renováveis. Com potencial solar de destaque mundialmente, o Brasil tem caminhado a passos largos na produção fotovoltaica, com usinas que empregam a força que vem do sol para produzir energia renovável.

As usinas solares utilizam o mesmo princípio da produção residencial, porém, ao contrário do que ocorre com a geração distribuída, nas usinas os usuários são conectados diretamente, não sendo necessária a intermediação da concessionária. Elas podem, ainda, servir de complemento à produção, destinando para venda e distribuição na rede.

Com extenso território, localizado em uma região de clima tropical e de alta exposição solar, o Brasil conta com um potencial relevante para a geração de energia fotovoltaica. Apesar disso, atualmente o País não figura entre os principais produtores do mundo. Essas colocações estão reservadas para China (131 GW), EUA (51 GW) e Japão (49 GW). Os próximos anos, no entanto, prometem ser de desenvolvimento para o setor. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), em 2019, o setor deve alcançar 3,3 gigawatts (GW) em capacidade instalada, um aumento de 44%.

Como funcionam as usinas solares

Localizadas normalmente em áreas planas, as usinas de energia solar ocupam milhares de quilômetros quadrados. O princípio utilizado nesses espaços é o mesmo de projetos de menor escala. As placas fotovoltaicas são posicionadas de modo estratégico para que recebam os raios solares durante o maior período possível do dia. É possível, também, que esses equipamentos sejam instalados com a tecnologia de trackers. Esse recurso faz com que os módulos se movimentem acompanhando o sol, fazendo com que estejam sempre no ângulo mais adequado para captação de luz. Apesar de ampliar a eficiência do sistema, os trackers acabam refletindo no encarecimento do preço final de instalação da usina.

Para que sejam capazes de gerar energia compatível com a alta tensão com a qual as distribuidoras operam, essas usinas possuem milhares de placas fotovoltaicas. Esses módulos, formados por células fotovoltaicas, captam os raios solares e transformam em energia. A corrente contínua (CC) é, então, convertida por meio de inversores em corrente alternada (CA). Nesse ponto, no entanto, diferentemente do que ocorre nos sistemas residenciais, a energia gerada é enviada para transformadores responsáveis por elevar a tensão. Somente depois desse processo ela poderá ser direcionada para as linhas de alta tensão.

Extremamente versáteis, os projetos de energia solar podem ser instalados em diferentes superfícies. Iniciativas inovadoras em todo o mundo têm, por exemplo, aproveitado o potencial solar com sistemas de flutuamento. Nesses casos, as placas são dispostas em rios ou represas, otimizando a ocupação do espaço.

Painéis Solares — Foto: Pexels

Usinas brasileiras

Apesar de ainda representar um percentual tímido em comparação com o contexto nacional, o mercado de energia solar brasileiro está em crescimento. Atualmente, estão em operação no País cerca de 90 usinas solares, gerando 1.163.361,63 quilowatts. No entanto, de acordo com as projeções da Associação Brasileira de Energia Solar (Absolar), é necessário que o Brasil invista R$ 125 milhões até 2030, caso contrário, o País não será capaz de cumprir com a meta de redução de emissão de poluentes estabelecida no Acordo de Paris.

Localizada no Piauí, a Usina Fotovoltaica de Nova Olinda é, hoje, a maior do Brasil e da América Latina. Inaugurada em 2017, a estrutura com 930 mil painéis solares tem capacidade para suprir a demanda de 300 mil famílias.

Energia limpa

A produção de energia solar apresenta uma série de vantagens: limpa, renovável, longa vida útil e baixa necessidade de manutenção. Porém, são as usinas hidrelétricas as responsáveis por quase a totalidade do abastecimento elétrico no Brasil. Apesar de serem formas de produção menos agressivas ao meio ambiente do que aquelas provenientes da queima de combustíveis fósseis, por exemplo, as hidrelétricas têm alto impacto de instalação, com alagamento de grandes regiões, prejuízos à flora e à fauna e deslocamento de populações ribeirinhas. Outra desvantagem do modo de produção atual está relacionada ao encarecimento ocasionado pela escassez de recursos em época de poucas chuvas.

Apesar de ainda ter um investimento inicial elevado, o retorno sobre o investimento é garantido e ocorre rapidamente. No mais, as usinas solares permitem abastecer cidades inteiras com eficiência, independentemente da localização do parque, afinal o Brasil possui em todos os Estados excelente índice de radiação, característica essencial para a produção de energia fotovoltaica.

fonte: G1