Estudantes criam primeira cooperativa de energias renováveis do Brasil

Idealizada por alunos do curso de Energias Renováveis da Unifor, a Coodensol promove os vieses social e ambiental através de serviços especializados.

“Analisamos o mercado e percebemos que poderíamos fazer ainda mais diferença”. É assim que, Daniel Diogo Pinheiro, aluno do 4º semestre do curso de Energias Renováveis da Universidade de Fortaleza (Unifor), refere-se ao projeto que nasceu em 2016 e, cotidianamente se concretiza: a Coodensol, primeira cooperativa de energias renováveis do país, da qual ele é vice-presidente.

Atualmente formada por oito membros, entre estudantes e profissionais da área, a iniciativa traz o viés social presente na colaboração e troca de conhecimentos propostos pelo modelo econômico do cooperativismo, oferecendo serviços em toda Região Nordeste ligados à eficiência energética e implantação de sistemas de geração a partir de fontes renováveis como biogás, solar térmica, solar fotovoltaica e eólica.

Alguns dos membros da Coodensol: Alexandre Cruz (presidente), José William (aluno de Energias Renováveis e sócio), Paulo Henrique Pereira (professor de Energias Renováveis e associado) e Daniel Diogo (aluno de Energias Renováveis e vice-presidente). (Foto: Ares Soares/Unifor)

“A energia solar está em alta no Brasil, os preços baixaram, a legislação facilitou as resoluções, permitindo que muitos tenham acesso. Portanto, a cooperativa também é uma forma de facilitar que pessoas com vontade de trabalhar em um negócio próprio consigam”, enfatiza Alexandre Cruz, presidente da Coodensol.

Com os níveis de certificação de instalador solar fotovoltaico, projetista, área solar térmica pela ABRASOL e em eficiência energética pelo SENAI de São Paulo, a cooperativa tem buscado novas tendências renováveis na execução dos serviços, com destaque para a área de biomassa. “Pensamos em trazer muitas coisas novas para o Ceará, estamos abertos à troca de experiências”, ressalta Daniel Diogo, vice-presidente.

Alguns dos principais aspectos que motivaram a criação da Coodensol foi a necessidade do contato com a prática da profissão e a possibilidade de explorar novas áreas por seus integrantes. Em outras palavras, colocar a “mão na massa” é imprescindível para que o espírito colaborativo presente no trabalho cotidiano da empresa atenda às demandas de um mercado que investe cada vez mais em sustentabilidade e inovação.
“A Coodensol surgiu de forma espontânea por parte dos nossos alunos e nós abraçamos a criação. Os professores das áreas envolvidas sempre ajudam de alguma forma”, conta Paulo Henrique Pereira, docente da graduação tecnológica em Energias Renováveis da Unifor.
Segundo Daniel Diogo, romper com a concepção tradicional de empresa também fortalece a qualificação da mão de obra ofertada, “a cooperativa atrai talentos e quando esse talento se torna membro, ele também se torna dono, o que abre oportunidade para que seus projetos sejam vistos com aplicabilidade”, destaca. Assim, a Coodensol engaja egressos e alunos dos cursos do Centro de Ciências Tecnológicas da Unifor (CCT)na participação, aliando a teoria vista em sala de aula à prática profissional de modo multidisciplinar.
José William, aluno concludente o curso de Energias Renováveis da Unifor, frisa que o incentivo contribui para uma formação ampla. “Eu vinha compartilhando o mesmo pensamento da Coodensol e me associei. Hoje atuo na parte comercial, mas sempre participo das instalações e das aplicações dos projetos”, afirma.

Para a coordenadora pedagógica do curso de Energias Renováveis do CCT, professora Brígida Rocha, “a iniciativa dá aos estudantes a oportunidade de vivenciar a profissão, estar junto com pessoas que já se formaram e atuam no mercado de trabalho, além de incentivar a promoção das Energias Renováveis”, destaca. Entre as parcerias da cooperativa está a recente instalação de painel solar fotovoltaico na cidade de Cascavel (CE) com a Empresa Júnior do curso de Engenharia Elétrica da Unifor Proteus, que atua no desenvolvimento de projetos nas áreas de elétrica e controle e automação.

fonte: Globo.com