Painéis solares fotovoltaicos com bactérias vivas produz energia sem sol

A tecnologia referente à energia solar está em constante mutação, recentes descobertas relacionam a utilização de bactérias vivas em painéis solares fotovoltaicos, esta inovação pode permitir que os painéis solares produzam energia mesmo em dias nublados.

Um dos principais problemas da energia solar é exatamente a fonte da energia, pois apesar de o sol ser a fonte de energia mais abundante e segura de todas, ainda assim existem limitações, como a questão óbvia, mas não menos importante de o sol só brilhar por parte do dia, a questão das nuvens e do inverno, e o problema que ocorre em regiões mais distantes da linha do Equador, onde a incidência solar é menor e depende demais das estações, com períodos de várias horas de sol, e períodos de dias muito curtos, e com o sol a uma curvatura em relação a terra que reduz o desempenho dos painéis.

Um outro problema da energia solar é o desempenho de conversão, pois apenas uma parte da radiação solar captada é realmente aproveitada, dificilmente passando de 25%, mesmo com todas as pesquisas para melhorar esse quadro. O silício é a principal matéria prima para as células de captação e conversão.

Entretanto, estão sendo feitos estudos para mudar isso. O grafeno é uma aposta de especialistas, mas novas pesquisas podem estar descobrindo algo muito simples e eficaz, as bactérias.

Qual a bactéria que pode mudar a energia solar?

Por incrível que pareça, a bactéria objeto de estudo é a E.coli, uma bactéria conhecida por fazer muito mal para o intestino. Os responsáveis pelos estudos são pesquisadores da Universidade da Columbia Britânica (Canadá), que fazem experimentos biogenéticos para gerar energia.

Inicialmente, os pesquisadores tentaram extrair o pigmento licopeno das bactérias e implantar nos painéis solares, mas não foi possível, já que o processo se mostrou difícil e com consequências tóxicas.

bactéria e.coli

Então os pesquisadores começaram através de engenharia genética usar E.coli para produzir maiores quantidades de licopeno, responsável por dar a cor vermelha aos vegetais e frutas.

Depois misturaram um semicondutor à base de minerais nos cultivos de bactérias, a mistura obtida foi posta em uma lâmina de cristal.

O resultado foi animador, pois as bactérias conseguiram gerar energia até em condições de pouca luminosidade, como em ocasiões de tempo nublado ou perto de anoitecer.

Resultados obtidos

Os resultados são incríveis, já que foi obtida uma quantidade muito maior de energia do que em experimentos biológicos anteriores, algo como 0,686 mil amperes por centímetro quadrado, sendo que nos melhores estudos anteriores não se passou de 0,362 mil amperes.

O responsável pelo estudo, Vikramaditya Yadav, disse que além de as possibilidades de aumento do desempenho dessa técnica ao longo do tempo serem enormes, ela poderia ser usada para colocar painéis de captação em lugares nunca antes imaginados, como até em baixo de água.

Novo campo, a bio-sintónica
Vikramaditya Yadav é, inclusive, pioneiro em uma nova vertente da ciência chamada bio-sintónica, voltada não apenas para a geração de energia elétrica, mas para a farmacêutica também. Isso é possível, pois com a genética, é possível criar medicamentos mais rapidamente e a custos menores.

A bio-sintónica consiste em encontrar e sintetizar moléculas bio-ativas, capazes de revolucionar as pesquisas químicas em diversas áreas.

fonte: Portal Energia